quarta-feira, 24 de junho de 2009

Queda do Diploma causa fraturas na qualidade da informação


Sei que já faz quase 10 dias que essa notícia se espalhou por aí. Pode até parecer que estou postando um pouco tarde, mas eu precisava de um tempinho para me acostumar com a idéia. Precisava compreender mais sobre a decisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Afinal, 8 votos a 1 é algo a se considerar.

Se o diploma de jornalismo não é obrigatório para o exercício da profissão, então comecei a me questionar sobre a qualidade das informações que serão veiculadas por pessoas quaisquer. Certamente os conhecimentos de abordagem podem ser assimilados vivencialmente, mas as bases que legitimam o exercício da profissão estão além destes conceitos de que ser jornalista é apenas segurar um microfone ou saber articular bons argumentos..

O que me faz incrédula quanto a essa decisão precipitada e ignorante é o fato deles tratarem a informação como uma coisa banal. De fato, há incontáveis indivíduos que são muito capazes de dominar a escrita; todavia, há também inúmeras pessoas com habilidades em indicar medicamentos, mas nem por isso são capazes de ser médicos.

Como ficará a classe dos jornalistas? O que acontecerá com o jornalismo? Será que a remuneração sofrerá uma desvalorização?
Para um bailarino conseguir uma vaga numa grande escola de dança, ele necessariamente precisa ter diplomas e certificados em várias escolas que comprovem seu estudo na dança, provem seu talento na prática. Será que o jornalismo não passa de um circo?

Eu tenho um questionamento sobre a questão dos concursos públicos para a área. Mas até que tudo se esclareça, as dúvidas pairarão no ar.
Na verdade, as próprias empresas de comunicação devem determinar os critérios de contratação. As empresas que têm credibilidade jamais arriscarão seu império contratando pessoas incapacitadas para o exercício da profissão.

Todo esse ‘bafafá’ se deu sob a desculpa de que o diploma era um resquício do regime de exceção, com um caráter de censura, que tinha a intenção de controlar as informações veiculadas pelos meios de comunicação, afastando das redações os políticos e intelectuais. Coisa de quem não tem o que fazer. Eu sou uma cidadã mais que comum e não tive impedimento nenhum quando me inscrevi para o meu primeiro vestibular. O curso de jornalismo era um desejo meu.
Qualquer pessoa pode seguir a mesma escolha. Se fôssemos contar quantos políticos são jornalistas diplomados... Trata-se que uma questão de bom senso. Os ministros devem ser políticos velhos que tem (ou desejam ter) alguma influência na mídia e tem preguiça de cursar uma faculdade.

Era pra existir uma faculdade para se formar ministro...

--O advogado João Roberto Fontes lembrou que a imprensa é conhecida como o quarto poder. "Ora, se não é necessário ter um diploma para exercer um poder desta envergadura, para que mais será preciso?", questionou. —
Bem interessante, não?

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